A boa gestão de uma empresa envolve diversos aspectos que são levados em consideração no momento de analisar a situação financeira do empreendimento. Dessa maneira, é necessário manter o controle dos gastos e custos para que tudo esteja conforme o planejado e não ocorram surpresas. Por isso, saber quanto custa um funcionário é um item fundamental.
A legislação trabalhista brasileira protecionista e os sistemas de tributação regulamentam diversos institutos para proteger essa classe.
Salário, dissídio, INSS, FGTS e férias são apenas alguns dos direitos previstos para os empregados e que representam uma despesa a mais para a empresa.
A pergunta que resta é: quanto custa um funcionário dentro de uma empresa?
É isso o que vamos apurar neste artigo.
O Impacto da Contratação de um Funcionário
Fato é que apenas sabendo qual o custo de um funcionário que o empreendedor é capaz de se organizar para reduzir gastos, programar investimentos e calcular a quantidade ideal de colaboradores necessários ao seu negócio.
Assim, ele garante que a empresa consiga encarar um crescimento com a melhor relação custo-benefício, evitando que haja uma “superpopulação” de colaboradores ou um déficit de mão de obra, sobrecarregando os funcionários e abrindo brechas para processos trabalhistas.
Como Fazer Essa Conta
Para fazer a conta de quanto custa um funcionário para uma empresa, é preciso considerar os gastos diretos da contratação, que são aqueles pagos diretamente para o contribuidor — salário e benefícios —, e custos indiretos, que a companhia paga ao governo — encargos sociais exigidos por lei.
Os benefícios vão variar de acordo com a categoria profissional.
No exemplo que será dado neste post foi usado como base um salário de R$ 1.500,00.
“Esse profissional poderia ser um auxiliar de serviços gerais ou trabalhar com jardinagem, por exemplo”.
Quanto Custa um Funcionário: Vale-transporte e Vale-Alimentação
O primeiro gasto da companhia, para além do salário, está no vale-transporte, que é usado para o funcionário chegar ao local de trabalho.
Utilizando o preço médio da passagem nas capitais brasileiras como R$ 4,50 e imaginando que ele precisa de dois transportes diferentes para ir e mais dois para voltar nos 22 dias do mês, soma-se ao salário um total de R$ 396,00.
O funcionário arca com 6% da remuneração, ou seja, R$ 90,00 são descontados na folha de pagamento.
Os outros R$ 306,00 quem paga é a empresa.
Quanto menor o salário, mais pesado é esse custo com transporte.
Se o colaborador ganhasse o dobro, o gasto seria mais ou menos o mesmo.
Representativamente, ele é maior para os trabalhadores de rendimento menor.
Para algumas categorias, o auxílio-alimentação é determinado pelo sindicato em convenção coletiva.
No exemplo que usamos, o valor diário é de R$ 16,44.
Multiplicado por 22 dias, o valor chega a R$ 361,68.
O trabalhador paga por 20% desse valor, restando para a empresa o total de R$ 289,34.
A companhia também deve arcar com outras obrigações decorrentes de convenções coletivas, como plano de saúde, seguro de vida, contribuição ao programa de qualificação.
Ao todo, esses acordos custam cerca de R$ 65.
Encargos Sociais
Quando a empresa contrata um funcionário, ela deve pagar 37% do valor do salário líquido com os chamados encargos sociais: 29% correspondem à contribuição ao INSS.
Para um salário de R$ 1.500,00, isso significa R$ 435,00.
Outros 8% são destinados ao FGTS.
Ou seja, R$ 120,00 somados ao rendimento que usamos como base.
Também é necessário pensar em gastos periódicos, mas que não acontecem todo mês: os principais deles são os pagamentos de férias e 13º salário.
Na prática, é como se você tivesse que arcar com 8,33% mensalmente para chegar a 100% no final de 12 meses.
O pagamento do 13º salário acrescenta mais R$ 124,95.
Já as férias correspondem ao mesmo valor, com o adicional de 1/3, ou seja, mais R$ 166.66.
Quanto custa um funcionário – Outros custos
Supondo que a empresa custeie os uniformes dos funcionários, podemos acrescentar cerca de R$ 80 para cada trabalhador.
Outras estimativas devem ser levadas em conta, como afastamento por licença-maternidade ou licença-paternidade, que correspondem a 1% — ou a ausência por doença ou acidente de trabalho, que também soma 1% no custo.
Também deve ser acrescido 3,5% de encargos em cima dessas cobranças.
A companhia deve estar preparada para lidar com imprevistos e contar com esses custos antecipadamente.
Afinal, é melhor se prevenir de qualquer adversidade.
Custo Final de um Funcionário
Somando todos os benefícios obrigatórios e encargos sociais, o custo de um funcionário que recebe um salário de R$ 1.500,00 é de R$ 3.771,00 para a empresa.
É importante ressaltar que esse número não é proporcional: mesmo que o salário dobre, alguns gastos, como vale-transporte e auxílio-alimentação, continuam os mesmos.
Fazendo esse mesmo cálculo com um rendimento de R$ 2.000,00, o custo para a organização chega a R$ 4.205,00.
Para micro e pequenas empresas, o resultado final também é diferente.
Caso a companhia opte pela sistemática do Simples Nacional, ela poderia ser isenta da contribuição ao INSS, fazendo o valor final chegar a R$ 3.225,00, tendo como base um salário de R$ 1.500,00.
A conta, é claro, só funciona caso em que tudo dá certo: se acontecer um acidente ou se o funcionário for demitido, há outros encargos — despesas com demissão, treinamento de um novo colaborador e mais gastos que são difíceis de mensurar.